De hábito alimentar noturno, as lagostas são animais omnívoros, preferencialmente carnívoros e oportunistas, ou seja, costumam se alimentar de presas sedentárias ou de movimentos lentos (FONTELES-FILHO, 2005). Como as lagostas são animais bentônicos, dependem para a sua alimentação dos organismos que compõem a biocenose do fundo do mar, como crustáceos, anelídeos, equinodermas, gastrópodes – principalmente – e vegetais, como algumas algas calcárias (IVO & PEREIRA, 1996). Além disso, a presença de elementos fortemente calcificados na dieta alimentar desses animais pode estar relacionada com a necessidade do carbonato de cálcio, substância essencial na formação do exoesqueleto durante o ciclo da muda.

           As espécies Panulirus argus e Panulirus laevicauda apresentam hábitos alimentares semelhantes, com diferenças apenas na frequência de ocorrência de alguns itens e dentro de uma mesma espécie, os machos e fêmeas se alimentam de maneira semelhante (IVO & PEREIRA, 1996; MENEZES, 1989). Ainda segundo Menezes (1989), a ocorrência de restos de carapaça de lagostas no conteúdo estomacal não são indícios de canibalismo, mas sim da ingestão de carapaças resultantes das ecdises.