
Fonte: canacopegdl.com
A cópula é realizada com o cefalotórax e o abdômen do macho sobre as mesmas estruturas da fêmea, estando o macho acima da fêmea que se encontra com o dorso sobre o substrato. Durante o acasalamento, o macho se aproxima da fêmea e produz o primeiro contato entre ambos através das antênulas que se tocam. Quando o macho “abraça” a fêmea, o mesmo deposita a massa espermatofórica sobre o externo da fêmea. A fertilização dos ovócitos maduros das lagostas ocorre pelo esperma que está contido na espermoteca, logo após o rompimento da massa espermatofórica pela fêmea (IVO & PEREIRA, 1996).
A associação entre a coloração e o desenvolvimento do ovário é de grande importância para a administração pesqueira, quando se pretende conhecer a época de reprodução com vistas à legislação que visa proteger o estoque reprodutor (IVO & PEREIRA, 1996). Buesa-Más & Mota-Alves (1970) estabeleceram 4 colorações diferentes para 4 estágios de desenvolvimento distintos dos ovários da lagosta vermelha Panulirus argus: estágio I – repouso; estágio II – início do desenvolvimento gonadal; estágio III – desenvolvimento médio; e estágio IV – desenvolvimento final (pré ovulatório).
Silva et al. (2008) aplicaram essas mesmas informações, entretanto com algumas modificações, para identificar o estágio de desenvolvimento gonadal das fêmeas de Panulirus argus capturadas na costa Norte do Brasil, em frente aos estados do Pará e Amapá: estágio I (virgem) – ovários de coloração branco pardacenta, caracterizando indivíduos jovens; estágio II (em desenvolvimento) – ovários de coloração branca ou levemente amarelada, caracterizando também indivíduos jovens; estágio III (em maturação) – ovários de coloração alaranjada, indicando a primeira maturação ou indivíduos adultos em mais um ciclo reprodutivo; estágio IV (maduro) – ovários bastante volumosos e com superfície rugosa, possuindo membrana muito delgada, caracterizando indivíduos prontos para o acasalamento; e estágio V (desovado) – ovários com coloração marrom acinzentada, o que caracteriza os indivíduos adultos que já acasalaram pelo menos uma vez.
Além disso, a mesma autora observou a ocorrência de indivíduos maduros em todo o período estudado, o que demonstra que a espécie P. argus na costa Norte do Brasil possui desova contínua, com um pico de reprodução no segundo semestre, porém vale ressaltar que não foram coletados dados no período de janeiro a abril durante os anos estudados devido à proibição da captura de lagostas durante o período de defeso.
Para lagostas do gênero Panulirus, como a P. laevicauda, dados alcançados por Soares Fonteles-Filho (2000) sugerem a existência de mais de um acasalamento e múltiplas desovas dentro de um mesmo ciclo reprodutivo, características de espécies tropicais e subtropicais, devido à estabilidade das condições ambientais durante todo o ano, favorecendo contínuas desovas.